quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A civilização Romana - parte 5 - As guerras de conquistas

A expansão pelo Mediterrâneo

O  domínio da Península Itálica fez de Roma uma potência. Na disputa por rotas de comércio e terras, não tardou para que a cidade entrasse em conflito com outras potências do Mediterrrâneo.
O mais intenso dos conflitos ocorreu com Cartago, cidade ao norte da África fundada pelos fenícios e que controlava o Mediterrano ocidental. Ao todo foram três guerras entre romanos e cartagineses, denominadas Guerras Púnicas. Acompanhe:
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  • A Primeira Guerra Púnica (264-241 a.C.) iniciou-se com a intervenção romana numa colônia de Cartago situada na Sicília. O conflito trouxe uma novidade para os romanos: o combate no mar. Com hábeis marinheiros, Cartago era a principal potência marítima do período. Os romanos só conquistaram a vitória após copiar, com a ajuda dos gregos, os barcos inimigos.
  • A Segunda Guerra Púnica (218-202 a.C.) desenvolveu-se quase toda em território romano. Liderados por Aníbal, os cartagineses conquistaram várias vitórias. O quadro só se reverteu  com a decisão romana de atacar Cartago. Aníbal viu-se então obrigado a recuar para defender sua cidade e acabou derrotado na Batalha de Zama (veja o mapa).
  • Na Terceira Guerra Púnica (150-146 a.C.), Roma foi implacável com o inimigo. Atacou e destruiu completamente a cidade, escravizando os sobre viventes. Com essa vitória, completou-se o ciclo de batalhas que dariam aos romanos o controle de grande parte do Mediterrâneo. 
  • Pintura atríbuida a Jacopo RIpanda, século XVI, representan-
    do o general cartaginês Aníbal avançando com o seu exército.

Uma nova cidade

As conquistas transformaram Roma. Os espólios de guerra e os tributos pagos pelos vencidos enriqueceram a cidade. A nobilitas, isto é, a aristocracia formada de patrícios e plebeus enriquecidos, foi o principal grupo grupo beneficiado. Seus membros, sobretudo os senadores, continuaram a controlar os principais cargos públicos, civis e militares, assumiram a administração dos novos territórios.
As guerras possibilitaram ainda a formação  de um novo grupo social: o dos cavaleiros. Eram assim chamados porque sua  fortuna pessoal possibilitava que eles servissem na cavalaria durante as guerras. A fortuna desse novo grupo social provinha da cobrança de impostos e do comércio nas áreas conquistadas, além do exercício de cargos públicos.
vinho e azeite, principais produtos produzidos nas terras
conquistadas pelos romanos.
A economia também se transformou. A obtenção de terras e escravos levou ao surgimento de propriedades escravistas, que produziam principalmente vinho e azeite. Senadores e cavaleiros geralmente possuíam tais fazendas, que exigiam um alto investimento para serem montadas. Mas isso não significou o desaparecimento da pequena propriedade camponesa, que continuou produzindo cereais e outros alimentos de subsistência. A conquista de um império proporcionou um grande aumento do comércio.
O conflito entre romanos e cartagineses teve outra consequência: a luta pelo controle do Mediterrâneo oriental. Aliados de Cartago, os macedônios resolveram atacar Roma. A síria também acabou se envolvendo no conflito. Os dois impérios foram derrotados e submetidos pelos romanos em 190 a.C

O governo nas áreas conquistadas

Aliados: cidades da Península Itálica que decidiram unir-se a Roma. Não pagavam tributos, mas forneciam soldados para o exércitos.
Municípios: nome dado aos territórios conquistados na Península Itálica. Tinham que pagar impostos e fornecer soldados para os exércitos.
Províncias: territórios conquistados fora da Península Itálica. Em geral, eram governadas por um magistrado romano e deviam pagar impostos. Algumas províncias gozava de maior autonomia.
Em geral, em todos território conquistado a cultura e a organização administra tiva local eram respeitadas.

A escravidão em Roma

As conquistas de Roma e a expansão pelas terras do Mediterrâneo provocaram muitas mudanças. A mão-de-obra escrava aumentou, já que os prisioneiros de guerra eram transformados em escravos. Nos campos, além de camponeses livres, contratados geralmente no períodos de colheita, passou a utilizar escravos nas grandes propriedades. 
Os escravos podiam ser prisoneiros de guerra, filhos de escravos ou até mesmo homens livres que se vendiam para um senhor. Alguns pais pobres também vendiam os filos como escravo. O escravo era considerado, pela lei, um dos bens do seu senhor: podia ser vendido, alugado ou morto.
Com o aumento do escravismo também despontaram as revoltas de escravos. As primeiras rebeliões ocorreram na Sicília, entre 136 e 132 a.C., sucedidas por outras mais fracas em outras regiões. Em 73 a.C., em Cápua, no sul da Península Itálica, o gladiador Espártaco liderou uma revolta contra Roma que durou dois anos. A rebelião foi sufocada; seu líder morreu em batalha e certa de 6 mil pessoas foram crucificadas.
A revolta dos escravos que ocorreram na Península Itálica e na Sicília não tinham por objetivo abolir a escravidão. Os revoltosos pretendiam somente libertar-se e fundar novas comunidades ou regressar às suas pátrias. 

Púnico: Nome pelo qual os romanos chamavam os cartagineses. 


veja também a continuação


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